Pontos chave:
- A parentalidade não é uma tarefa única para todos, pois cada criança é única, e a vida está cheia de experiências inesperadas que moldam nosso desenvolvimento.
- Vários fatores, como a dinâmica familiar, situações econômicas e a personalidade da criança, influenciam como as crianças reagem e se desenvolvem em diferentes situações.
- Os estilos de parentalidade têm um impacto significativo no comportamento, personalidade, autoestima e psicologia de uma criança.
- A pesquisa de Baumrind sugere que o estilo democrático, que combina disciplina com calor e receptividade, frequentemente é considerado o estilo de parentalidade mais eficaz para um desenvolvimento infantil saudável.
Se houvesse um guia para os pais sobre o que dizer ou como agir em cada situação, criar os filhos seria uma tarefa muito simples. No entanto, cada pessoa é única – e o que funciona com uma criança pode não funcionar com outra. Além disso, a vida é imprevisível, e é impossível controlar o futuro. Somos transformados pelas diferentes experiências que vivenciamos ao longo da vida. Muitas delas são boas, mas também existem as negativas, que, muitas vezes, não podem ser evitadas, e que podem afetar o nosso desenvolvimento.
Além disso, alguns fatores, como a família, a situação econômica e a personalidade, influenciam a forma como as crianças reagem, agem, sentem e pensam em diferentes cenários. Às vezes, pode ser bem complicado tomar decisões sobre a criação dos nossos filhos. De fato, algumas pessoas dizem que criar filhos é uma das tarefas mais difíceis que existem, pois há muitos fatores em jogo, e que nem sempre podem ser controlados. Porém, os especialistas descobriram que os estilos de criação têm um impacto muito forte no desenvolvimento das crianças. De acordo com vários estudos, os pais ajudam a moldar o comportamento, a personalidade, a autoestima e o psicológico de seus filhos. Eles descobriram que o desenvolvimento das crianças, seja ele positivo ou negativo, depende, em parte, do estilo de criação adotado por seus pais.
A psicóloga Diana Baumrind estudou os efeitos de diferentes estilos de criação. Segundo Baumrind, eles têm duas dimensões: a responsividade e o controle. Os quatro estilos de criação são classificados de acordo com a quantidade desses dois fatores. Baumrind descobriu que as crianças que foram criadas sob um determinado estilo de criação tinham algumas características em comum.
O estilo autoritário baseia-se na rigidez, na exigência e no controle, sem sinais de afeto ou de resposta às necessidades da criança. São pais muito exigentes, que se baseiam em uma disciplina rígida. As crianças que são criadas sob esse estilo tendem a ser infelizes, hostis e inseguras, além de terem uma autoestima muito menor do que as outras crianças.
Por outro lado, o estilo democrático é baseado na disciplina, mas com flexibilidade, afeto e resposta às necessidades da criança. As crianças que são criadas com esse estilo tendem a ser competentes, felizes e autossuficientes.
O estilo permissivo é baseado no excesso de afeto e na ausência de disciplina ou de limites. Portanto, essas crianças tendem a ser dependentes e imaturas, e a ter pouco autocontrole e baixo desempenho acadêmico.
Por mim, temos o estilo negligente, que é baseado na rejeição e na falta de disciplina e de afeto. São pais que não estão envolvidos e não respondem às necessidades de seus filhos. As crianças que são criadas sob esse estilo tendem a ter problemas com outras crianças e dificuldades para fazer amizades.
O modelo de estilos de criação de Baumrind nos ajuda a entender o que as crianças realmente precisam para se desenvolver de maneira saudável. Agora nós sabemos que as crianças precisam de disciplina e limite, mas também de pais que sejam carinhosos e afetuosos. É por isso que os especialistas em desenvolvimento infantil recomendam o estilo democrático: os pais devem estabelecer limites, dar afeto e responder às necessidades de seus filhos.