Pontos chave:
- A pesquisadora principal do Laboratório de Cognição Infantil Precoce do MIT, Laura Schulz, estuda a aprendizagem na primeira infância e como ela se relaciona fundamentalmente com a cognição humana.
- Schulz conduziu um estudo que demonstrou que os bebês podem fazer inferências a partir do seu ambiente e aprender usando sua lógica.
- O estudo envolveu dar aos bebês uma caixa cheia de bolas de duas cores, azul e amarelo, e demonstrar que eles podem generalizar propriedades das bolas azuis para as amarelas.
- O estudo apoia a teoria de que os seres humanos são aprendizes racionais desde as primeiras fases do desenvolvimento.
Você já se perguntou como os bebês aprendem? Como a lógica de um bebê funciona?
Laura Schulz, pesquisadora-chefe do Laboratório de Cognição da Primeira Infância do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, estuda a aprendizagem na primeira infância e sua relação com a cognição humana. Schulz vem tentando entender como as crianças aprendem e absorvem tanto em um curto período e como chegam a conclusões lógicas a partir das informações ao seu redor.
O estudo de Schultz sobre a lógica dos bebês
Em um estudo que ela conduziu, Schulz pretendia provar que os bebês fazem inferências a partir de seus arredores e aprendem usando a lógica. No experimento, um bebê de quinze meses de idade foi exposto a uma caixa cheia de bolas azuis e amarelas, que podiam ou não fazer barulho.
Na primeira parte do experimento, a maioria das bolas na caixa era azul, e um pesquisador tirava três bolas azuis seguidas da caixa e as apertava para que elas fizessem barulho. O bebê, então, entendia que as bolas faziam barulho.
Mas o que acontecia quando uma bola amarela da mesma caixa era entregue ao bebê? Ele tentava apertá-la, para que ela fizesse barulho. Os bebês generalizavam as propriedades das bolas azuis para as bolas amarelas.
A segunda parte do experimento era ainda mais interessante: consistia em ver o que aconteceria quando a amostra de bolas na caixa mudava. Dessa vez, os bebês eram expostos exatamente à mesma coisa (três bolas azuis que produziam som), mas elas eram retiradas de uma caixa em que a maioria das bolas era amarela – uma amostragem que possivelmente não era aleatória. Depois de verem as três bolas azuis fazerem barulho, os bebês recebiam a bola amarela, e, desta vez, a maioria deles não tentava apertá-las, mas sim fazer algo diferente com elas. Isso demonstra que os bebês de quinze meses mudam seus comportamentos com base na probabilidade do que já observaram.
A terceira parte do experimento envolvia pegar apenas uma bola azul que faz barulho de dentro de uma caixa em que a maioria das bolas era amarela, o que não seria uma amostra improvável. Schulz previu que os bebês, como os cientistas, se importariam com a aleatoriedade da amostra, e, por isso, tentariam apertar a bola amarela que lhes foi entregue em seguida. Eles estavam corretos! Neste caso, a maioria dos bebês tentou apertar a bola amarela também.
Conclusões sobre o experimento
Schulz conclui que os bebês conseguem fazer generalizações a partir de poucos dados. Parte disso se dá porque suas inferências são sensíveis a como a amostra de evidências reflete a população em geral. Seu estudo apoia a teoria de que os humanos são aprendizes racionais desde os primeiros estágios de desenvolvimento.
Agora você conhece um pouco mais sobre a lógica de um bebê e como a mente do seu filho funciona! Por meio dos experimentos de Schulz, começamos a entender como os bebês aprendem sobre o mundo ao seu redor, e como suas mentes são surpreendentemente lógicas.