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Como criar uma criança solidária?

Pontos chave:

  1. A simpatia vai além da empatia, pois motiva a tomada de medidas para aliviar o sofrimento de alguém, levando a comportamentos pró-sociais.
  2. Um estudo descobriu que as crianças, especialmente as de 8 anos, tendem a compartilhar mais com aqueles em condições “necessitadas”, demonstrando sua crescente capacidade de entender as circunstâncias dos outros.
  3. O desenvolvimento da simpatia em crianças é influenciado por sua capacidade de adotar a perspectiva do outro e considerar suas experiências e emoções únicas.
  4. Estimular conversas sobre o comportamento, os sentimentos e as motivações dos personagens, bem como ajudar as crianças a encontrar semelhanças com os outros, pode promover a simpatia nos mais jovens.

Em um mundo cheio de conflitos, pais e cuidadores esperam que seus filhos cresçam sendo gentis e educados com os outros. Porém, será que existe algo que possamos fazer para ensinar nossos filhos a serem solidários? Como as crianças podem aprender a ter consciência sobre as circunstâncias dos outros?

A solidariedade é diferente da empatia, pois envolve ação, ou seja, ao invés de apenas entender o que os outros estão sentindo, a solidariedade demanda alguma ação – isso faz com que as pessoas pensem em formas de aliviar o sofrimento de outra pessoa. Pessoas solidárias tendem a se envolver em comportamentos pró-sociais, como ajudar, confortar e compartilhar.

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Toronto, da Universidade de Plymouth e da Universidade de Pavia (na Itália) analisou como crianças de diferentes idades compartilhavam. Neste estudo, 160 crianças de quatro e oito anos receberam seis adesivos que eram igualmente atrativos. Elas tiveram a oportunidade de compartilhar qualquer quantidade desses adesivos com uma criança representada em uma foto. A criança da foto foi exibida em diversas condições, que incluíam: “ela é uma criança carente” (“ela está triste”, “ela não tem brinquedos”) e “ela não é uma criança carente / condição neutra” (“ela tem 4 ou 8 anos de idade, assim como você”).

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Os pesquisadores descobriram que as crianças tinham a tendência de compartilhar mais com a criança “carente”. As crianças de 8 anos compartilharam, em média, 70% de seus adesivos com a criança “carente”, e 47% com a criança “neutra”, enquanto as de 4 anos compartilharam apenas 45% de seus adesivos com as crianças “carentes”, e 33% com as crianças “neutras”.

A grande questão é: por que as crianças de 8 anos compartilham mais? A resposta está na crescente capacidade das crianças de se colocarem no lugar dos outros. Nesta idade, além de se preocuparem com os outros, as crianças são capazes de entender as circunstâncias deles, o que pode aumentar comportamentos sensíveis, como ajudar e compartilhar.

As crianças podem demonstrar empatia emocional desde cedo, mas, à medida que elas desenvolvem a habilidade de colocar as coisas em perspectiva, elas tendem a apresentar níveis mais altos de solidariedade. Por exemplo, reconhecer que os outros podem ter desejos, experiências e emoções diferentes, e que isso tudo está relacionado ao ponto de vista de cada um. Neste estudo, a decisão da criança de 8 anos de idade de compartilhar foi conduzida pela solidariedade, levando em consideração as informações a respeito das circunstâncias da criança.

Em outro estudo, o pesquisador Brad Farrant descobriu que crianças com idades entre 4 e 6 anos demonstraram mais atitudes de apoio e carinho quando suas mães as incentivaram a ver as coisas sob a perspectiva de outra criança. Em outras palavras: envolver-se em conversas com seu filho sobre as necessidades, os sentimentos e os desejos dos outros pode ajudá-lo a desenvolver a solidariedade!

Aqui estão 5 dicas que podem ajudar seu filho a desenvolver solidariedade pelos outros:

  1. Use livros para iniciar uma conversa sobre os comportamentos, as escolhas e as motivações dos personagens. Tente fazer perguntas abertas, como “Por que você acha que ele se comportou dessa maneira?” ou “Como a escolha dele impactou outras pessoas?”.
  2. Ajude seu filho a verbalizar seus próprios sentimentos, para que ele possa aprender a identificar essas emoções nos outros.
  3. Ajude-o a encontrar suas semelhanças com os outros antes de apontar as diferenças.
  4. Brinque de “faz-de-conta” com o seu filho e incentive-o a se colocar no lugar de outra pessoa.
  5. Ajude seu filho a perceber que ele pode trazer alegria ou conforto a outra pessoa!

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