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Deixar o bebê descalço faz mal?

Pontos chave:

  1. Deixar as crianças andarem descalças ao ar livre oferece inúmeros benefícios, apesar das preocupações com lesões ou doenças.
  2. Lesões nos pés são improváveis ao ar livre, especialmente em superfícies macias, e andar descalço ajuda as crianças a desenvolver uma maior consciência do ambiente e a fortalecer seus pés.
  3. A preocupação com doenças ao andar descalço é infundada, uma vez que nossa pele é uma barreira eficaz contra patógenos, e os sapatos podem, na verdade, criar um ambiente favorável para fungos e bactérias.
  4. Andar descalço beneficia o desenvolvimento das pernas e pés, aprimorando a propriocepção e contribuindo para uma maior consciência e segurança na exploração do ambiente, especialmente para bebês e crianças.

Não há nada mais impressionante do que observar os bebês extasiados enquanto exploram o mundo ao seu redor pela primeira vez. A alegria e a emoção preenchem seus sentidos quando eles experimentam a novidade e desenvolvem uma conexão profunda com o ambiente e com eles mesmos.

Independentemente da sua posição sobre esse assunto, deixar seu filho descalço em ambientes externos pode lhe trazer muitos benefícios.

Quais são os motivos mais comuns pelos quais os pais não deixam que seus filhos andem descalços fora de casa?

A possibilidade de se machucarem ou ficarem doentes. No entanto, a menos que o lugar possa ter cacos de vidro no chão, é bem provável que os pés do seu filho não fiquem feridos (especialmente em espaços com superfícies lisas, onde os objetos podem ser facilmente vistos e evitados). Crianças que andam descalças experimentam uma sensação maior do ambiente e seus pés ficam mais resistentes, o que proporciona uma proteção natural.

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E quanto a adquirir doenças por andar descalço?

Nossa pele é projetada para manter os patógenos do lado de fora – é mais provável que você entre em contato com alguma doença por meio de suas mãos, tocando superfícies como maçanetas, pias e corrimãos, onde os germes são abundantes. Além disso, as crianças são mais propensas a colocar as mãos na boca, esfregar os olhos e tocar seus rostos, locais que facilitam a entrada das doenças. Além disso, os sapatos criam a oportunidade perfeita para a doença, aprisionando fungos e bactérias e mantendo-os sob os pés. Os sapatos também fornecem um ambiente agradável, quente e úmido para os fungos e as bactérias crescerem, acarretando em condições como o pé-de-atleta, micoses e até unhas encravadas.

Kevin Geary, guru dos pais e autor do Revolutionary Parent (um site dedicado ao desenvolvimento de crianças fisicamente e psicologicamente saudáveis) afirma que os sapatos são realmente ruins. Por quê? Eles interferem na capacidade do pé de funcionar adequadamente e impedem o movimento apropriado, tornando a criança mais suscetível a lesões nos pés e na parte inferior das pernas. Além disso, enquanto os ossos ainda estão se formando, começamos a colocar os pés de nossos filhos em sapatos que têm a aparência que acreditamos ser adequada, mas que, na verdade, estão mudando a forma de seus pés e, assim, alterando a forma como eles funcionam.

Os inúmeros benefícios de andar descalço:

Um dos principais benefícios é o fortalecimento dos pés e das canelas, o que torna o corpo menos suscetível a lesões. Andar descalço também aumenta a capacidade de perceber o movimento e a posição de nossos corpos no espaço, o que permite que as crianças adquiram um senso de autoconsciência. Os nervos altamente sensíveis em nossos pés são uma das partes mais sensorialmente ricas do corpo humano, com mais de 200.000 terminações nervosas. Por esta razão, eles nos proporcionam mais segurança, pois nos tornamos mais conscientes de onde estamos colocando nossos pés e de onde estamos pisando. Os sapatos restringem a movimentação dos pés e a exploração necessária para as crianças dominarem os caminhos quando começarem a se movimentar. Quando aprenderem a andar, os bebês estarão acostumados a ter movimentos limitados, com uma barreira entre os pés e o chão. Com o uso de sapatos, os proprioceptores não serão estimulados adequadamente, e os músculos e as articulações dos pés não conseguirão se adaptar devidamente às diversas superfícies por onde as crianças andarão. Quando uma criança está descalça, seus pés respondem à pressão e o terreno proporciona pequenos desequilíbrios que estimulam a força neuromuscular, a orientação visuoespacial, o equilíbrio e a coordenação.

O Dr. Kacie Flegal, médico pediatra, escreveu sobre o desenvolvimento ideal do cérebro e do sistema nervoso de bebês e crianças pequenas, e afirma que ficar descalço é extremamente benéfico para as crianças. Segundo ele, “uma das maneiras mais simples de estimular o desenvolvimento proprioceptivo e vestibular é permitir que os bebês fiquem descalços o máximo possível”. Além disso, manter os bebês descalços estimula a presença e autoconsciência. Os bebês exploram à medida que seus pés sentem, se movem e se equilibram na superfície que estão explorando. As informações são enviadas para o cérebro a partir de vias proprioceptivas, táteis e vestibulares, silenciando ou inibindo outros estímulos sensoriais externos. Isso proporciona foco e consciência ao andar e se mover pelo espaço, e os bebês ficam mais conectados com o ambiente.

Andar descalço estimula os sentidos, especialmente para os bebês que estão experimentando toda a novidade do mundo tátil ao seu redor. Imagine a sensação relaxante de andar na areia morna e macia da praia, ou a sensação refrescante da grama fresca no início de uma manhã em um dia de verão. Todas essas sensações podem ser experimentadas quando permitimos que nossos filhos passem algum tempo sem sapatos!

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