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Como promover a aprendizagem fora da sala de aula

Pontos chave:

  1. As férias de verão podem resultar em disparidades educacionais, com crianças que não têm acesso a oportunidades de aprendizado enriquecedoras ficando para trás em relação aos seus colegas.
  2. Os esforços para abordar esse problema frequentemente se concentram em melhorar a educação do ensino fundamental e médio, mas as crianças passam apenas cerca de 20% do tempo na sala de aula, exigindo soluções mais abrangentes.
  3. Intervenções, como a colocação de placas educativas em locais como supermercados, podem estimular as interações entre pais e filhos e melhorar as habilidades linguísticas das crianças pequenas.
  4. Iniciativas como o Urban Thinkscape criam oportunidades de aprendizado envolventes em espaços públicos, promovendo habilidades espaciais e de função executiva, ao mesmo tempo em que incentivam conversas entre cuidadores e crianças.

Quando as férias de verão terminam, as crianças que não tiveram acesso às oportunidades de crescimento e desenvolvimento intelectual têm menos vantagens do que as crianças que as tiveram. Essas habilidades não podem ser recuperadas durante o ano letivo, e essa falta de oportunidade se acumulará ano após ano. Somam-se a isso as disparidades educacionais existentes nos diferentes grupos socioeconômicos, que podem ser observadas a partir dos 18 meses de idade.

Existem vários esforços sendo realizados para resolver essa questão. A maioria se concentra em melhorar os sistemas educacionais – no entanto, as crianças passam apenas 20% do seu tempo dentro das escolas, o que exige uma diversidade maior de soluções.

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No ano passado, foi publicado um estudo relacionado a uma intervenção que visava auxiliar no desenvolvimento da linguagem das crianças, cujo objetivo era promover a interação e o diálogo entre pais e filhos nos locais que eles visitam regularmente, como o supermercado. Nestes estabelecimentos, localizados em bairros de classe média, foram colocadas placas que indicavam “perguntas para o seu filho”. Por exemplo, na frente de uma caixa de leite, era possível ler: “Eu venho da vaca. O que mais vem da vaca?”. Essas placas aumentaram significativamente a quantidade e a qualidade da conversa entre adultos e crianças com menos de 8 anos de idade.

Este estudo fomentou uma ideia muito maior sobre a criação de oportunidades para as crianças no resto do mundo, dando aos cuidadores e aos professores o poder de diminuir as desigualdades. O projeto piloto “Urban Thinkscape” teve início com a criação de cinco instalações diferentes em espaços públicos, que tinham como objetivo estimular as habilidades visuoespaciais e os processos cognitivos. Elas foram chamadas de Animation streetlights (Iluminação de rua animada), Puzzle Benches (Mesas de quebra-cabeça), Jumping Feet (Espaços para pular), Stories (Histórias) e Hidden Figures (Jogos de figuras escondidas). Essas instalações foram criadas com objetivos de aprendizagem específicos, refletindo as melhores práticas da pesquisa psicológica. Por outro lado, as famílias têm acesso a essas oportunidades, já que não precisam viajar muito ou pagar para acessar esses espaços e iniciar interações com seus filhos. Este projeto testou elementos como a conversa entre pais e filhos e o uso de palavras espaciais e numéricas. Imagine o impacto gerado por essas oportunidades fascinantes, que permitem manter cuidadores e crianças longe de seus celulares, promovendo inúmeras conversas, estimulando a curiosidade, ajudando na ampliação do vocabulário e explorando novas ideias!

Essa ideia diferenciada proporciona experiências recreativas para as famílias que não possuem recursos ou conhecimento para acessar esse tipo de oportunidade. Este projeto busca levar esse conceito para outros espaços da cidade, como salas de espera e lavanderias. Essa intervenção revela lições importantes não só para as crianças, mas também para os educadores, urbanistas e políticos. As atividades no contexto urbano aumentam as oportunidades de enriquecimento e são acessíveis a todos os cidadãos, além de serem fundamentais para que as crianças cresçam, aprendam, ganhem confiança e se tornem adultos pensantes. Esta solução inovadora tem o potencial de aumentar as habilidades intelectuais e visuoespaciais das crianças, reduzir as lacunas existentes relacionadas à preparação escolar e promover melhores resultados educacionais e de vida. Em uma perspectiva mais ampla, esse desenvolvimento é essencial para construir a riqueza e a saúde das famílias das comunidades que estão ao seu redor.

O principal objetivo do Kinedu é melhorar a educação das crianças, proporcionando aos pais atividades e conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento dos seus bebês, para que possam ter momentos de qualidade juntos todos os dias. O Kinedu converte momentos do dia a dia que não seriam aproveitados em experiências que colaboram com o desenvolvimento dos bebês. Se nós queremos melhorar as oportunidades e o sucesso das crianças e construir comunidades engajadas, a influência mais forte para esta transformação não é a intervenção com as crianças, e sim a mudança dos comportamentos, das crenças e das atitudes dos adultos que interagem com elas.

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