A amamentação é um momento especial para o vínculo entre mãe e bebê, e proporciona benefícios significativos para a saúde e o desenvolvimento do lactente. É natural que as mães queiram tornar esse processo mais confortável e eficiente, buscando soluções que possam auxiliá-las nessa jornada. No entanto, é importante buscar saber mais sobre eles. Neste artigo, abordaremos um desses acessórios, a concha de amamentação.
O que é a concha de amamentação?
A concha de amamentação é um acessório projetado para ser colocado sobre o mamilo e a aréola durante o período de amamentação para criar uma barreira entre o tecido mamilar e os sutiãs ou roupas, evitando o contato direto e protegendo a região.
No entanto, seu uso pode trazer mais problemas do que benefícios. A seguir, entenda o porquê.
É seguro usar conchas de amamentação?
De acordo com a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), acessórios como a concha de amamentação não são recomendados, pois podem interferir no processo natural da amamentação. Esses dispositivos podem dificultar a pega correta do bebê ao seio, prejudicando o fluxo adequado do leite materno e aumentando o risco de problemas como o ingurgitamento mamário e a mastite.
O uso prolongado da concha de amamentação pode levar ao abafamento e à umidade excessiva, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de bactérias e fungos. Isso aumenta a probabilidade de infecções mamárias e outros desconfortos que podem comprometer a amamentação. Além disso, esses dispositivos não são necessários na maioria dos casos.
A concha de amamentação pode ser usada por mulheres com problemas nos mamilos?
A concha de amamentação ajuda a projetar os mamilos para frente, promovendo a protrusão. Por isso, é frequentemente usada por quem deseja corrigir mamilos planos ou invertidos.
É importante ter em mente que o estímulo nos mamilos antes da amamentação, seja por sucção com bomba manual ou seringa plástica com êmbolo invertido, produz um efeito semelhante ao da concha.
Caso a gestante opte por usar as conchas de amamentação, é recomendado que comece com uma hora por dia e, gradualmente, aumente para uma a duas horas diárias. No pós-parto, elas podem ser utilizadas por 30 minutos antes da amamentação ou durante todo o dia, entre as mamadas.
Que cuidados devo ter ao usar conchas de amamentação?
Caso você opte por usar as conchas de amamentação, é importante estar atenta a alguns cuidados. Confira:
- Não use as conchas durante o sono, pois elas podem comprimir a aréola e os ductos excessivamente.
- Avalie o tamanho da concha em relação ao tamanho do mamilo e ao sutiã utilizado.
- Caso tenha fissuras no mamilo, opte por conchas com orifícios de ventilação, pois permitem a circulação de ar e evitam que o tecido mamário grude na roupa. No entanto, é importante corrigir a técnica de amamentação antes.
- Não é recomendado usar conchas para coleta do leite devido ao risco de contaminação bacteriana. Porém, o leite gotejado da outra mama durante a amamentação ou extração pode ser aproveitado se a concha for lavada com água quente e sabão, e bem enxaguada.
Alternativas para aliviar desconfortos na amamentação
Ao invés da concha de amamentação, tente utilizar outras medidas para aliviar os desconfortos e as dores associadas à amamentação, como compressas quentes e massagens suaves nos seios.
Consultar um profissional de saúde qualificado, como um médico especialista em amamentação ou um consultor de lactação, também pode fornecer orientações adequadas para lidar com dores, fissuras no mamilo ou outras dificuldades encontradas durante o processo de amamentação.
É importante destacar que cada mãe e bebê são únicos, e as necessidades de cada um podem variar. O acompanhamento de profissionais de saúde capacitados é fundamental para garantir uma amamentação saudável e bem-sucedida. O uso indiscriminado de acessórios como a concha de amamentação, sem a devida orientação, pode comprometer esse processo e trazer mais problemas do que soluções.
Portanto, é essencial que as mães busquem informações atualizadas e embasadas em evidências científicas confiáveis ao tomar decisões relacionadas à amamentação. O diálogo aberto com profissionais qualificados e a busca por orientação adequada são os melhores caminhos para garantir a saúde e o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê nessa importante fase da vida.
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