Algumas mães enfrentam dificuldades para amamentar, como a descida do leite, dor, sensação de pouca produção de leite e necessidade de se separar do bebê.
A amamentação é, para muitas mulheres, uma das fases mais bonitas e gratificantes da vida. Mas longe daquelas cenas belas e tranquilas que, às vezes, vemos nos filmes, muitas mães encontram dificuldades para amamentar — tanto no início quanto no meio do processo.
Não estamos aqui para desencorajar ou desanimar você. Muito pelo contrário! Queremos, neste texto, mostrar que alguns desafios são bastante comuns às mamães, independentemente se é o seu primeiro filho ou não.
Além disso, vamos dar algumas dicas para que você supere cada obstáculo e continue amamentando o seu bebê com todo o carinho que vocês dois merecem.
A importância da amamentação
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o leite materno é o único alimento indicado para os bebês até os 6 meses de idade. Nem mesmo água ou chás são recomendados, visto que o leite tem todos os nutrientes — inclusive água — que o bebê precisa para se desenvolver com saúde.
Além disso, o leite da mãe ajuda no desenvolvimento imunológico que o seu filho vai ter por toda a vida. Crianças que mamam no peito adoecem menos, saram mais rápido e têm menos problemas de saúde físicos (como dor de ouvido, intestino preso, gases e vômitos frequentes) e emocionais (bebê amamentados tendem a ser mais calmos e seguros).
As dificuldades para amamentar e como superar cada uma delas
Se você optou por amamentar o seu filho, saiba que alguns desafios podem surgir ao longo do caminho, e, principalmente, nos primeiros dias. Mas nenhum deles é motivo para desanimar, pois, com apoio e paciência, é possível superá-los em pouco tempo. Confira os principais!
A descida do leite
Assim que o seu bebê nasce, o leite que sairá do seu seio é chamado de colostro: um líquido mais denso e amarelado que tem tudo o que o recém-nascido precisa em seus primeiros dias.
Você pode ter a impressão de que a quantidade é pouca, mas é assim mesmo. Afinal, além de o seu bebê ser muito pequenininho, ele já nasce com uma carga de energia suficiente para esse período antes da descida do leite em si.
Portanto, não se desespere! O seu leite vai descer e o seu filho vai ficar bem até lá apenas com o colostro. Se ele estiver chorando — o que é natural para quem acabou de chegar a um mundo totalmente desconhecido —, não é de fome.
Entre 3 e 7 dias após o parto, o leite provavelmente vai chegar. Fique atenta, pois esse momento pode ser acompanhado de mamas bastante cheias (ingurgitadas) e, por esse motivo, alguma febre pode aparecer.
Por causa do excesso de leite desse primeiro período, muitas mães também acabam desenvolvendo mastite. Em qualquer um desses casos, procure orientação médica e não se desespere, pois são situações bastante comuns.
A dor nos seios
Devido à pegada incorreta do bebê no bico do seio, podem surgir ferimentos nessa região, além de fissuras e rachaduras — que costumam causar muita dor. Na maioria das vezes, isso acontece porque o bebê está pegando apenas o bico do seio, e não toda a aréola.
Se você não está conseguindo, sozinha, fazer com que o seu bebê mame da forma correta, não hesite em procurar ajuda. Geralmente, as equipes de enfermagem do hospital ou dos bancos de leite podem ajudar.
Mas se o bico do seu seio já está ferido, vale a pena também tomar sol na região — mas sempre protegendo o restante dos seios, pois o calor produz ainda mais leite.
Pegue uma camiseta velha, faça dois furos redondos no local dos mamilos e tome alguns minutos de sol fraco: o alívio virá em poucos dias.
A sensação de produzir pouco leite
Que atire a primeira mamadeira a mãe que nunca ouviu alguém falar que o seu filho está com fome! Por desinformação e na tentativa de acalmar a mamãe e o bebê, muitas pessoas terminam por dar esse palpite, mas se você escolheu amamentar, confie na natureza e no seu corpo e saiba que tudo vai dar certo.
O que acontece é que o leite é produzido de acordo com a demanda: quanto mais o seu filho precisa, mais ele mama e mais leite é produzido.
E, geralmente, há momentos de picos de crescimento e de desenvolvimento em que o corpinho do bebê vai exigir mais leite — querendo mamar a todo momento, dando a impressão de que nunca está satisfeito e de que o seu leite não está sendo suficiente.
Mantenha a calma, atenda o seu pequeno sempre que ele precisar e tenha certeza de que são apenas dias mais desafiadores e que vão passar. Em breve, o sistema de oferta e demanda de vocês vai estar estabilizado e tudo voltará ao normal.
A necessidade de se separar do bebê
As leis para as mulheres trabalhadoras, no Brasil, podem ser mais um desafio a ser superado para as mamães que desejam amamentar até, pelo menos, os seis meses. Isso porque a maioria das licenças-maternidade terminam com 4 meses, deixando muitas mães apavoradas.
Além da dificuldade que a própria mulher pode encontrar para aprender a tirar e armazenar o seu leite da forma correta — para que ele seja oferecido por outra pessoa, na ausência da mãe —, há a própria resistência do bebê em pegar a mamadeira ou qualquer outro tipo de bico que não seja o seio materno.
Vejas algumas dicas que podem facilitar esse processo para vocês dois:
- para as mamães, existem diversos tipos de bombinhas (manuais e eletrônicas) que ajudam na extração do leite. A extração manual também é fácil de fazer e bastante eficiente, e basta um pouco de treino;
- há diversos materiais na internet que orientam sobre o armazenamento do leite materno, que pode, inclusive, ser congelado;
- lembre-se de retirar o leite durante o dia, mesmo no trabalho, para que não aconteça a ingurgitação das mamas, nem seja diminuída a produção pela ausência da demanda;
- informe-se sobre os seus direitos como lactante de se ausentar do trabalho por determinados períodos para amamentar;
- quanto aos bebês, é natural haver uma certa resistência no início. Apresentar vários bicos diferentes e pedir para que outra pessoa além de você ofereça a mamadeira ou o copinho também pode ajudar.
Viu só? Para todos os desafios que foram apresentados aqui, trouxemos várias alternativas que podem ajudá-la a não desistir desse gesto tão importante para o seu bebê. Mas é importante que você sempre se lembre disto: mantenha a calma.
Peça o apoio do papai e das outras pessoas que estão ao seu lado, descanse sempre que possível e tenha o seu filho e a amamentação como prioridades. Em breve, as dificuldades vão passar!
Você já enfrentou alguma dessas dificuldades para amamentar? Como as superou? Compartilhe a sua experiência aqui nos comentários e ajude outras mamães!
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